Tuesday, February 22, 2011

OS SETE PECADOS CAPITAIS: QUAL É O SEU?

É entre defeitos e qualidades que se constitui a personalidade humana, como uma pedra bruta de duas faces lapidadas igualmente. Durante muito tempo, buscaram-se explicações para o seu entendimento, porém, era complexo elaborar uma teoria que definisse amplamente toda a carga significativa que cada pessoa possui. Por isso, era mais simples elaborar uma lista com os principais defeitos, uma vez que eles sofrem menos modificações com o decorrer do tempo, em detrimento das qualidades, visto que estas ganham novas significações e estão abertas ao subjetivismo de quem as analisa. Nesse sentido, dentre as várias acepções que tentaram compreender o comportamento humano, uma em especial conseguiu se aprofundar na essência viciosa, a qual cada indivíduo carrega dentro de si. São características puramente interiorizadas as quais sofreram múltiplas interpretações, chegando à modernidade com a nominalização de Sete Pecados Capitais.
Esses pecados nada mais são do que vícios, ou procedimentos viciosos, dos quais cada pessoa, consciente ou não, manifesta nas suas relações interacionais. A grande questão é fazer o reconhecimento deles e, posteriormente fazer um autoquestionamento sobre quais deles constituem a nossa personalidade. Nesse momento, surgi uma linha tênue limitando a aceitação de algo existente dentro de nós, mas que não aceitamos. Não é comum ouvirmos indivíduos falando abertamente que são soberbos, ou avarentos, mas, por outro lado, é corriqueiro ouvir-se a exposição de qualidades, atitudes muitas vezes pretensiosas, no intuito de impressionar os ouvintes. Esse posicionamento perfeccionista do ser humano é justificável, pois ninguém em sã consciência faria julgamentos nocivos da própria maneira de ser.
Então, que pecados são esses de que temos tanto medo de assumir para as outras pessoas? De que maneira eles influenciam as nossas relações cotidianas? E que verdades guardamos dentro deles, ao ponto de escondê-los dentro dos vales mais remotos da nossa mente? São perguntas que não podem ser respondidas apenas em textos tão singelos como estes, porém, atrevo-me a tentar respondê-las. A primeira é fácil de ser esclarecida, já que uma lista de sete pecados foi elaborada para traçar um perfil das não virtudes humanas: Gula, avareza, inveja, ira, soberba, luxúria e preguiça, constituem essa lista e são conhecidas por muita gente. Esses sentimentos pecaminosos, de certa forma, ajudam a humanidade no que se refere à imperfeição da própria espécie, ou seja, todas as pessoas possuem um ou mais defeitos e por isso é irrefutável dizer que eles são os causadores de muitos males dos quais a sociedade é acometida geração a geração. Essa definição, nada estanque, responderia o segundo questionamento feito há pouco.
Ainda nessa atmosfera, a terceira e última pergunta merece um trato especial, devido à complexidade imbricada nas suas palavras. Como falado acima, não é natural, ou até mesmo normal, ver-se a exibição gratuita dos principais defeitos que formam a personalidade humana. Isso pode ser explicável, visto que dentro de cada desvio de conduta há um longo histórico psicossocial no qual cada indivíduo é constituído. Em outras palavras, ninguém nasce com os setes pecados capitais especificados anteriormente. Eles são sedimentados com a vivência e a percepção de mundo da qual estamos inseridos. Por isso, existe uma involuntariedade na aquisição dessas deformidades de caráter. Ninguém pede para ser mais ou menos avarento, apenas se forma ao longo da vida, chegando num dado momento de ser caracterizado como tal e pronto.
É difícil, portanto, entender algo que cresce dentro de nós e muitas vezes não pode ser contido. Não há pessoas que não possuam um ou outro pecado capital, nem tão pouco há uma maneira de frear o seu aparecimento. Acredito que só nos resta a autoafirmação dos nossos principais defeitos para que possamos ao menos modelá-los. Essa atitude, de alguma forma potencializaria uma das principais virtudes do homem, a humildade. Só ela é capaz de clarificar os percursos mais errôneos dos quais os nossos pecados insistem em trilhar.
Pensando nessa atitude de autoreconhecimento, eu listei abaixo os principais pecados discutidos aqui, deixando para você que leu esse post a seguinte pergunta:
Dos pecados abaixo, quais (ou qual), constituem a sua personalidade?
Por favor, respondam com toda sinceridade, tá bom?!

1. Luxúria: apego e valorização extrema aos prazeres carnais, à sensualidade e sexualidade; desrespeito aos costumes; lascívia. “A luxúria, segundo a Doutrina Católica, é um dos sete pecados capitais e consiste no apego aos prazeres carnais, corrupção de costumes; sexualidade extrema, lascívia e sensualidade”(http://pt.wikipedia.org/wiki/Lux%C3%BAria_%28pecado%29)


“Receio que, indo outra vez, o meu Deus me humilhe no meio de vós, e eu venha a chorar por muitos que outrora pecaram e não se arrependeram da impureza, prostituição e lascívia que cometeram” (2ª Coríntios 12:21); 

“Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena: prostituição, impureza, paixão lasciva, desejo maligno, e a avareza, que é idolatria; por estas coisas é que vem a ira de Deus [sobre os filhos da desobediência]” (Colossenses 3:1-7; Vejam ainda Gálatas 5:19-21; 1º João 2:16).

Na próxima postagem, continuaremos estudando sobre o pecado à luz da Bíblia e concluiremos o assunto dos sete pecados capitais.
2. Gula: comer somente por prazer, em quantidade superior àquela necessária para o corpo humano.
“Gula é, em seu sentido mais usual, o desejo incontrolável por comida. Porém, este termo dá margem a outras interpretações, como a gula por comprar, gula por usar, etc..A gula é controlada pela virtude da Temperança”.


“Não estejas entre os bebedores de vinho, nem entre os comilões de carne. Porque o beberrão e o comilão caem em pobreza; e a sonolência vestirá de trapos o homem” (Provérbios 23:20-21; Vejam ainda Provérbios 23:2; Gálatas 5:19-21).
3. Avareza: apego ao dinheiro de forma exagerada, desejo de adquirir bens materiais e de acumular riquezas. 
“Avareza é o apego sórdido, uma vontade exagerada de possuir qualquer coisa. Mais caracteristicamente é um desejo descontrolado, uma cobiça à bens materiais e ao dinheiro, ganância. Mas existe também avareza por informação ou por indivíduos, por exemplo...Na concepção cristã a avareza é considerada um pecado pois o avarento prefere os bens materiais do que o convívio com Deus. Neste sentido, o pecado da avareza conduz à idolatria [Efésios 5:5; Colossenses 3:5] que significa tratar algo, que não é Deus, como se fosse deus. A avareza é o mais tolo dos pecados, pois nasce de uma possibilidade, de um poder, que nunca se realiza. O acúmulo de dinheiro pelo avaro tem o poder de adquirir tudo que puder dentro de seus limites, mas esse poder não pode ser exercido (compra), porque nesse caso o poder se esvai junto com o dinheiro gasto”.

“Então lhes recomendou: Tende cuidado e guardai-vos de toda e qualquer avareza; porque a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele possui. E lhes proferiu ainda uma parábola, dizendo: O campo de um homem rico produziu com abundância. E arrazoava consigo mesmo, dizendo: Que farei? Pois não tenho onde recolher os meus frutos. E disse: Farei isto: Destruirei os meus celeiros, reconstruí-los-ei maiores e aí recolherei todo o meu produto e todos os meus bens. Então direi à minha alma: Tens em depósito muitos bens para muitos anos: descansa, come e bebe, e regala-te. Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será? Assim é o que entesoura para si mesmo e não é rico para com Deus” (Lucas 12:15-21); 

“Melhor é o pouco havendo o temor do Senhor, do que grande tesouro, onde há inquietação” (Provérbios 15:16); 

“Seja a vossa vida sem avareza. Contentai-vos com as coisas que tendes; porque ele tem dito: De maneira alguma te deixarei nunca jamais te abandonarei” (Hebreus 13:5); 

“Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição. Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé, e a si mesmos se atormentaram com muitas dores. Tu, porém, ó homem de Deus, foge destas cousas; antes, segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a constância, a mansidão” (1ª Timóteo 6:9-11; Vejam ainda Provérbios 27:20; 28:16; Efésios 5:5; Colossenses 3:5).

4. Ira: raiva contra alguém, vontade de vingança. pIra é um intenso sentimento de raiva, ódio, rancor, um conjunto de fortes emoções e vontade de agressão geralmente derivada de causas acumuladas ou traumas. Pode ser visto como uma cólera e um sentimento de vingança, ou seja, uma vontade freqüentemente tida como incontrolável dirigida a uma ou mais pessoas por qualquer tipo de ofensa ou insulto. Ira é considerada um dos sete pecados capitais e a palavra em si é proveniente do latim iram...a ira pode refletir-se tanto contra os outros quanto contra si próprio, dependendo de como se desenha o ocorrido. Quando surge a ira, somos tomados pelas emoções de tal forma que perdemos a racionalidade, deixando-nos fora de nosso juízo normal, podendo nos levar a cometer erros da qual nos arrependeremos posteriormente...” .



"...todo homem, pois, seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar. Porque a ira do homem não produz a justiça de Deus” (Tiago 1:19b-20); 

“...o bater do leite produz manteiga, e o torcer do nariz produz sangue, e o açular a ira produz contendas” (Provérbios 30:33; Vejam ainda Efésios 4:26-27; Salmos 4:4-5).
5. Soberba: manifestação de orgulho e arrogância.


“Inveja é o desejo por atributos, posses, status, habilidades de outra pessoa gerando um sentimento tão grande de egocentrismo que renegue as virtudes alheias, somente acentuando os defeitos. Não é necessariamente associada à um objeto: sua característica mais típica é a comparação desfavorável do status de uma pessoa em relação à outra. A inveja é um dos sete pecados capitais na tradição Católica... A inveja na forma de ciúme é proibida nos Dez mandamentos da Bíblia...” 

“O ânimo sereno é a vida do corpo, mas a inveja é a podridão dos ossos” (Provérbios 14:30); 

“Não tenha o teu coração inveja dos pecadores; antes no temor do SENHOR perseverarás todo dia” (Provérbios 23:17); 

“Cruel é o furor e impetuosa a ira, mas quem pode resistir à inveja?” (Provérbios 27:4; Vejam ainda Provérbios 3:31; Mateus 27:18; Gálatas 5:26; Filipenses 1:15; 1ª Timóteo 3:4; Tito 3:3).

6. Vaidade: preocupação excessiva com o aspecto físico para conquistar a admiração dos outros.
“A vaidade consiste em uma estima exagerada de si mesmo, uma afirmação esnobe da própria identidade. Para a Igreja Católica é um dos sete pecados capitais, sendo o mesmo pecado associado à orgulho excessivo e arrogância. A vaidade é mais utilizada hoje para estética, visual e aparência da própria pessoa. A imagem de uma pessoa vaidosa estará geralmente em frente a um espelho...”.


"Não sejas sábio aos teus próprios olhos: teme ao SENHOR e aparta-te do mal; será isto saúde para o teu corpo, e refrigério para os teus ossos” (Provérbios 3:7-8); 

“O temor do SENHOR consiste em aborrecer o mal; a soberba, a arrogância, o mau caminho, e a boca perversa, eu os aborreço" (Provérbios 8:13); 

“Da soberba só resulta a contenda, mas com os que se aconselham se acha a sabedoria” (Provérbios 13:10); 

“Abominável é ao SENHOR todo arrogante de coração; é evidente que não ficará impune” (Provérbios 16:5); 

“A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito, a queda” (Provérbios 16:18);

“Olhar altivo e coração orgulhoso, lâmpada dos perversos, são pecado” (Provérbios 21:4); 

“O galardão da humildade e o temor do SENHOR são riquezas e honra e vida” (Provérbios 22:4);

“Comer muito mel, não é bom; assim procurar a própria honra não é honra” (Provérbios 25:27);

“Seja outro o que te louve, e não a tua boca, o estrangeiro, e não os teus lábios” (Provérbios 27:2);

“Como o crisol prova a prata, e o forno o ouro, assim o homem é provado pelos louvores que recebe” (Provérbios 27:21); 

“A soberba do homem o abaterá, mas o humilde de espírito obterá honra” (Provérbios 29:23); 

"Da mesma sorte, que as mulheres, em traje decente, se ataviem com modéstia e bom senso, não com cabeleira frisada e com ouro, ou pérolas, ou vestuário dispendioso, porém com boas obras (como é próprio às mulheres que professam ser piedosas)” (1ª Timóteo 2:9-10).

7. Preguiça: negligência ou falta de vontade para o trabalho ou atividades importantes.


“Preguiça é a inatividade de uma pessoa, aversão a qualquer tipo de trabalho ou esforço físico. Também é um tipo de procrastinação...A Igreja Católica apresenta a preguiça como um dos Sete Pecados Capitais, caracterizado pela pessoa que vive em estado de falta de capricho, de esmero, de empenho, em negligência, desleixo, morosidade, lentidão e moleza, de causa orgânica ou psíquica, que a leva à inatividade acentuada. Aversão ao trabalho, freqüentemente associada ao ócio, vadiagem” 


"Preguiçoso, aprenda uma lição com as formigas! Elas não têm líder, nem chefe, nem governador, mas guardam comida no verão, preparando-se para o inverno. Preguiçoso, até quando você vai ficar deitado? Quando vai se levantar? Então o preguiçoso diz: 'Eu vou dormir somente um pouquinho, vou cruzar os braços e descansar mais um pouco'. Mas, enquanto dorme, a pobreza o atacará como um ladrão armado” (Provérbios 6:6-11); 

“Por mais que o preguiçoso deseje alguma coisa, ele não conseguirá, mas a pessoa esforçada consegue o que deseja” (Provérbios 13:4); 

“Quem é preguiçoso e dorminhoco acaba passando fome” (Provérbios 19:15); 

“Existe gente que tem preguiça até de pôr a comida na própria boca” (Provérbios 19:24); 

“O lavrador preguiçoso, que não ara as suas terras no tempo certo, não terá nada para colher" (Provérbios 20:4); 

“O preguiçoso morre desejando muitas coisas porque se nega a trabalhar; ele passa o dia inteiro pensando no que gostaria de ter"(Provérbios 21:25-26b)

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