Tuesday, February 14, 2017

Monday, February 13, 2017

G.R.E.S. ESTAÇÃO PRIMEIRA DE MANGUEIRA

SÓ COM A AJUDA DO SANTO

Mangueira… eu já benzi minha bandeira

bati três vezes na madeira

para a vitória alcançar
no peito patuá, arruda e guiné
para provar que o meu povo nunca perde a fé
a vela acesa pro caminho iluminar
um desejo no altar, ou no gongá
vou festejar com a divina proteção
num céu de estrelas enfeitado de balão
é verde e rosa o tom da minha devoção
já virou religião
O manto a proteger, mãezinha a me guiar
valei-me meu Padim onde quer que eu vá
levo oferendas a rainha mar
Inaê, Marabô, Janaína
Abriram-se as portas céu choveu no roçado
num laço de fita a menina pediu comunhão
bala, cocada e guaraná pro Erê
meu padroeiro irá sempre interceder
clareia… tenho um guerreiro a me defender
firmo o ponto pro meu orixá (no terreiro)
pelas matas eu vou me cercar (mandingueiro)
mel, marafo e abô…
só com a ajuda do santo eu vou (confirmar meu valor)
o morro em oração, clamando em uma só voz
sou a primeira estação, rogai por nós!
O meu tambor tem axé Mangueira
sou filho de fé do povo de aruanda
nascido e criado pra vencer demanda
batizado no altar do samba



https://www.youtube.com/watch?v=i0R5Oii7GAk



https://www.youtube.com/watch?v=Jy4WxPpN0fI



SINOPSE DO ENREDO



Pra tudo que é santo vou apelar. Para o santo de casa, para o santo de altar. Vou bater na madeira três vezes, vela acesa, copo d''água. Galho de arruda pra espantar quebranto e mau olhado. Vou saudar o Benedito, e se a graça eu alcançar, tem zabumba e reco-reco, ponho a congada pra desfilar. Vou pedir aos Santos Reis, afastar os móveis da sala, abrir portas e portões, dar licença para os mascarados "vadiá" no salão. Bordar uma bandeira pro Divino. Pedir a São João. Cortar papel fino pra fazer balão. Enfeitar de cravos e rosas a capelinha de melão.



Botar "guri" pra ser anjinho de procissão. Bendizer o "meu Padim." Me apegar com a "Mãezinha" pra desatar qualquer nó. Carregar andor, pegar na corda. Na terceira onda que quebra na praia, lançar no balanço do mar: perfume, rosa, espelho e pente, pra Inaê, Marabô, Janaina se enfeitar.

Se pro velho Pedro já pedi que abrisse os portões dos céus e mandasse chuva pro roçado; se Santo Antônio, depois da judiação de tomarem-lhe o menino, à moça solteira já deu matrimônio; se São Sebastião é padroeiro do meu Rio de Janeiro, se São Francisco é quem protege os animais; se Santa Clara ilumina o caminhar; se bala, pipoca e guaraná agradam Cosme e Damião; vou me curvar aos pés do guerreiro, São Jorge fiel escudeiro. Por ordenança da Virgem Maria, ele é o "praça" que vai à frente da minha cavalaria.

Para me cercar de todo lado vou firmar ponto pro "santo" que baixa no terreiro. Pôr amuleto nos pés do gongá. Pra cortar demanda, me embrenhar nas matas e "saravá" "seu" Sete Flechas. Mandar fazer três capacetes de penas, um pra Iara, um pra Jandira, e um pra Cabocla Jurema. Jetruá pra saudar o Boiadeiro. Cantiga para o Marinheiro. Marafo, mel e dendê na farofa. Rezar para as Santas Almas, "Preta Velha, negra Mina da Guiné o inimigo que caia, e que eu, fique de pé". É bom lembrar, não pode faltar, a proteção do Orixá. A Mangueira quer passar e comandar a procissão. Seu verde e rosa, todo mundo sabe, faz tempo já virou religião. Pra cruzar o seu caminho, é bom saber pisar. Traz mistério, crendices e magia. Não se engane: Só quem pode com a mandinga, carrega patuá.

P.S: Expedito, você que é dado ao impossível, será que fazia mal, chegar no ouvido do pai, e interceder por mais esse carnaval?


Thursday, February 2, 2017